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E se existisse uma Ordem Profissional dos Humoristas? Como estaríamos a analisar o caso que opõe os Anjos a Joana Marques?

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Como o tempo, fui deixando de ver a televisão. Apenas pontualmente vejo o Telejornal, um programa de entrevista interessante, aquele programa sobre os Emigrantes portugueses no mundo, a nossa Seleção, o programa do Ricardo Araújo Pereira e pouco mais do que isso.


Tenho passado mais tempo na Netflix a ver séries em família e a joga FIFA na XBox.


Aqui no blogue no website do Gabinete, tenho escrito sobre as minhas experiências no Mercado (Bancos, telemóveis, internet, etc.) e quando vou ao cinema ver algo interessante (e consigo ter tempo nessa semana para escrever).


A agenda internacional de notícias tornou-se muito chata...


Mas quando aparecem temas mais interessantes, a minha atenção é renovada de interesse e energia. O caso que está a opor os Anjos a Joana Marques é um desses temas. Claro que já toda a gente percebeu que o conflito não é apenas entre os Anjos e a Joana... Na televisão, na rádio e na internet, muitas pessoas têm partilhado a sua opinião. Mais do que dizer se concordamos com os Anjos ou com a Joana, o importante são os argumentos com que justificamos a nossa perspetiva.


O Caso que já fez rir o País e agora está a fazer pensar


Durante este mês, o mundo assistiu a um dos julgamentos mais invulgares da sua história recente: a dupla musical Anjos processou a humorista Joana Marques devido a um vídeo publicado em 2022 na sua conta do Instagram. O conteúdo, que comentava de forma irónica uma interpretação do hino nacional feita pelos cantores, foi considerado ofensivo e prejudicial à sua imagem.

O caso tem gerado um debate nacional sobre os limites do humor, a liberdade de expressão e o direito ao bom nome. Mas mais do que um conflito entre artistas, este episódio tornou-se um espelho da nossa sociedade: até onde pode ir o humor?


O Humor perante a lei


No Tribunal, os Anjos estão a exigir uma indemnização e a remoção definitiva do vídeo. Joana Marques defende-se, afirmando que é responsável pelas coisas que faz, mas não pelos comentários realizados pelo público.

A defesa invocou em Tribunal o direito à liberdade de expressão, especialmente no contexto do humor, protegida pela lei. O humor, por definição, exagera, distorce e provoca — e é precisamente essa liberdade que lhe confere um poder crítico.

O caso chegou também ao Parlamento, onde vários Deputados exprimiram a sua perspetiva.


Filosofia do humor: liberdade, ética e impacto


Desde Aristófanes a Gil Vicente, o humor tem sido uma ferramenta de crítica social. A frase “A rir castigam-se os costumes” não é apenas poética — é política.

Mas o humor também levanta dilemas éticos:

Pode uma piada ser justa e cruel ao mesmo tempo?

Quem decide o que é ofensivo?

O humorista deve ser responsável pelo impacto das suas palavras?

A liberdade de expressão é um direito fundamental, mas não absoluto. A ética do humor exige equilíbrio entre liberdade e responsabilidade. O humor que denuncia injustiças é diferente do que humilha gratuitamente. Mas essa fronteira é, muitas vezes, subjetiva.


Ordem Profissional dos Humoristas: utopia, ironia ou necessidade?


E se existisse uma Ordem Profissional dos Humoristas?


Ao pesquisar na internet, encontrei um Podcast no Brasil com o nome: "OCB - Ordem dos Comediantes do Brasil", onde debatem vários temas relacionados com o humor. Em 2021, no Correio do Ribatejo, Miguel Castanho escreveu um artigo com o título "A (des)Ordem dos Humoristas".


Imaginemos um brasão com um nariz de palhaço, uma toga e uma pena. Um código deontológico que incluísse cláusulas como:

  • “O humorista deve promover o riso consciente.”

  • “É proibido fazer piadas com o sofrimento alheio, salvo se for político.”

  • “A sátira deve ser proporcional à vaidade do alvo.”

Seria uma regulação (utópica) ou uma censura (distópica)? A ideia de uma Ordem Profissional para Humoristas poderá ser, por si só, uma sátira à burocratização da criatividade. Mas também pode ser um convite à reflexão: como equilibrar liberdade e responsabilidade sem matar o humor?


Conclusão: Rir é um ato sério


O caso Joana Marques vs. Anjos não é apenas sobre um vídeo. É sobre o papel do humor em sociedade.

Criar uma Ordem dos Humoristas pode parecer estranho, mas talvez seja esse o ponto que nos pode ajudar a pensar, a questionar e, quem sabe, a melhorar.

Porque no fim, como dizia Nietzsche: “O homem sofre tão terrivelmente no mundo que foi obrigado a inventar o riso.”

 

Lisboa, 12 de julho de 2025.

Jorge Humberto Dias


Nota: Elaborado com o apoio do Copilot da Microsoft.

 
 
 

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