Dia da Felicidade: "A verdadeira medida do progresso é a felicidade das pessoas"
- Gabinete PROJECT@

- 20 de mar. de 2022
- 4 min de leitura

Escolhi esta frase para dar o mote ao meu texto, neste Dia Mundial da Felicidade:
"A verdadeira medida do progresso é a felicidade das pessoas." (pág. 7)
No momento em que iniciei a escrita, faltavam 2 horas para o Dia Mundial da Felicidade. Escrevi ao som de música que gosto.
Na 6ª feira, saiu o 10º Relatório Mundial de Felicidade. 10 anos! Quem diria?
E o que o mundo tem mudado nestes 10 anos... O novo paradigma veio mesmo para ficar. Já não é possível voltarmos para trás.
Mas olhemos para o Relatório deste ano:
- Uma pandemia.
- E agora uma guerra.
Quando falamos em evolução da humanidade, olhamos para vários aspetos, que de facto melhoraram, mas custa muito aceitar que em 2022 ainda morram pessoas cedo demais por questões de saúde (Um grande amigo meu foi com Covid, em fevereiro, depois de em dezembro me ter feito um desafio para um megaprojeto sobre felicidade...) e de Guerra. (E não vou acrescentar a esta reflexão a questão da pobreza extrema)
No dia em que isso deixar de acontecer, aceitarei com mais tranquilidade a questão da evolução.
Continuo a pensar que é essencial mantermos o foco na nossa felicidade, na felicidade do mundo.
E porque é que isso é importante?
Porque há um imenso caminho a percorrer, desde a educação às empresas, à saúde (sobretudo a mental), etc.
E a verdade é que algumas pessoas têm feito esse caminho. Tenho orgulho nessas pessoas que não desistem, que promovem otimismo, paz, interação, inovação, etc.
Em Portugal temos sentido isso. Talvez por isso estejamos na tendência de subida desde 2015. Se continuarmos, o impacto vai ser muito bom para todos os portugueses. 56 já está! E para o ano? Subiremos novamente? (Aceitam-se apostas!)
Sinto uma nova "aura" em Portugal, com muitos projetos a surgir, onde as pessoas colaboram mais e são mais dinâmicas na organização de atividades várias sobre felicidade.
E na verdade, o Relatório Mundial de Felicidade deste ano aponta para essa linha positiva: o aumento da benevolência e do apoio social.
A equipa do Relatório recorda ao mundo de que é possível medir a felicidade através de questionários de perceção, que exploram os indicadores de bem-estar e que os seus resultados devem servir para os Governos desenvolverem políticas públicas de qualidade.
Como sabemos, na questão política, é essencial que exista confiança entre as pessoas, embora nem sempre isso aconteça, sobretudo em Portugal, onde os governantes são muitas vezes criticados por não trabalharem para o bem-estar dos cidadãos, mas para o aumento do seu poder.
Neste Relatório, os 3 países que mais subiram foram: Sérvia, Bulgária e Roménia. Os que mais desceram foram: Líbano, Venezuela e Afeganistão.
Agora que já temos muito conhecimento sobre felicidade, desde a Economia à Psicologia, passando pela Filosofia, pela Sociologia, etc., caberá aos políticos e aos gestores das várias Organizações colocar em prática aquilo que os Estudos sobre Felicidade descobriram.
Em Portugal, temos assistido a muita atividade: surgimento de vários Cursos de Pós-Graduação sobre Felicidade e em várias Universidades, pequenos Cursos de Formação e Certificação, Dissertações de Mestrado e Teses de Doutoramento sobre Felicidade (em várias áreas científicas e a relacionar com outros temas), mais Empresas a contratar Happiness Managers, Conferências, um Projeto de Investigação, Grupos de Trabalho, uma Comissão Técnica para a elaboração de uma norma, livros, artigos, etc.
A nível internacional, a OCDE tem ajudado os países a medirem a sua felicidade. A União Europeia tem pedido aos seus países membros que coloquem o bem-estar no centro das suas políticas.
Talvez isso faça mais sentido, quando assistimos a um aumento generalizado do stress e da tristeza em todo o mundo.
No Relatório deste ano, podemos confirmar a manutenção de uma resiliência geral perante o COVID.
E parece que os desafios atuais têm tudo mais impacto nos jovens, conduzindo a menos felicidade, enquanto que os mais velhos têm conseguido adaptar-se melhor, obtendo assim mais felicidade.
Para além da benevolência e do apoio social, a questão da confiança tem sido identificada como essencial, não apenas nas instituições políticas, mas também nas da saúde. Verificamos que existiram menos mortes por COVID nos países onde a confiança era maior.
Outra novidade deste Relatório está na identificação de 3 potencialidades futuras nos Estudos sobre Felicidade:
1º A capacidade da tecnologia para medir a produtividade escrita, assim como a emoção. Sabemos hoje que nestes 10 anos de Relatório, a produtividade científica em felicidade aumentou, enquanto que em economia baixou.
2º Os biomarcadores e a influência da genética na felicidade.
3º O poder de emoções positivas pouco estudadas: a calma, da paz e da harmonia.
Uma das tendências futuras será o aumento da medição emocional nas Redes Sociais.
Uma grande descoberta que parece consolidar-se na investigação científica é o facto da felicidade ser influenciada pela genética em 30%/40% e pelo ambiente em 60%/70%.
Biologicamente, tem-se verificado que as emoções positivas estão associadas a mais serotonina e a menos cortisol.
Parece também claro que devemos investir em ambientes positivos, para que facilitem as emoções positivas e a felicidade.
Outra novidade deste Relatório está em novas perguntas que foram colocadas na pesquisa: vida equilibrada, paz, cuidar de si e dos outros.
Lisboa, 20/03/2022.
Jorge Humberto Dias.



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