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  • Foto do escritorJorge Humberto Dias

Será a “Felicidade” Europeia?

Atualizado: 7 de abr. de 2021


Partindo do princípio expresso no “Global Cities Instituite”, que prevê que no ano de 2100, e tendo em conta as dinâmicas da nossa sociedade neste século XXI , a situação relativamente às cidades, e quando nos referimos ao seu contexto nos próximos 80 anos, o seu nível de desenvolvimento será visivelmente diferente, nomeadamente, na dimensão da densidade populacional, sendo que as 13 cidades com mais habitantes estão distribuídas pelo continente africano, e tendo como referência a lista das 20 maiores a nível mundial.

Só o exemplo de Lagos, na Nigéria, que poderá vir a atingir uma densidade populacional de cerca de 88,3 milhões de habitantes e de Kinshasa, no Congo, com cerca de 73,7 milhões, para termos a imagem em detalhe deste novo paradigma, das cidades do futuro, bem patente no nosso imaginário.

Saliento que nesta análise, referente às 20 maiores cidades do mundo, não entram quaisquer cidades europeias, nem da América do Sul ou do Norte, nem da Austrália.

Nesta projeção contextual da densidade humana, agregada às cidades e aos centros urbanos, associa-se todo um conjunto de desafios, barreiras e epicentros que teremos que ter em consideração, quando pretendemos compreender a humanização, o desenvolvimento territorial e as tendências da globalização, tendo já em conta este mundo pós covid19, recém chegado.

O ser humano entende como inerente às suas próprias conceptualizações, no sentido de organizar o seu entendimento da organização das suas cidades, das suas regiões e do mundo em geral, mas temos também que ter em conta, necessariamente, a nossa própria capacidade de entendermos a complexidade destas megacidades, que na perspetiva do “The UN World´s Cities 2018”, são 33 as megacidades à escala global e que destas megacidades, 27 localizam-se a baixo da linha do Equador, num total populacional de cerca de 530 milhões de habitantes.


Outra dimensão de análise é relativa à integração e às funções da inteligência urbana per si, que acaba por estar a induzir a sua dimensão organicamente tecnológica, acompanhando, reformulando e visionando uma interativa fórmula científica das cidades, das regiões e das nações, à escola global e numa linguagem digital.

As cidades são e serão potenciais plataformas que permitirão à governança, às organizações e aos cidadãos tomarem as suas próprias decisões em tempo real, tendo em conta o nível de especialização da inteligência, das cidades como sistemas e em simultâneo tendo em conta o primado do conhecimento científico, apesar de muitas lideranças regionais serem negacionistas da dimensão da importância da ciência na civilização humana.

Se quisermos adicionar a esta dicotomia das dimensões polucionais e altamente tecnológicas, adicionando na equação a importância da humanização das sociedades, a preocupação crescente do seu nível de bem-estar e o seu nível de desenvolvimento territorial, poderemos compreender que em relação às cidades de todo o mundo, é fundamental simultaneamente, o reconhecimento dos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS), das Cidades e das Comunidades Sustentáveis, incluindo as metas de satisfação da qualidade de vida dos cidadãos, como é o reforço dos sistemas de mobilidade, a redução da poluição atmosférica ambiental e a melhoria das acessibilidades aos espaços públicos e às zonas verdes, para que se faça uma análise 360º das cidades e do seu futuro.

O “World Happiness Report 2020”, no seu capítulo 3, da autoria de De Neve & Krekel, apresenta-nos uma perspetiva interessante e inovadora sobre se o Ranking Global das Cidades é, ou não, determinado pelo valor relativo da felicidade média dos cidadãos dessas mesmas cidades, argumentando que pode ser a desigualdade no bem-estar uma questão diretamente relacionada com a desigualdade da felicidade.

Para algumas cidades e países, a desigualdade é um fator que poderá promover ou não o nível da felicidade dos cidadãos, e consequentemente das cidades, com níveis mais elevados de bem-estar e desenvolvimento económico, que tenham de facto impacto no cidadão e na felicidade das suas cidades, respetivamente.


De salientar que o Ranking da Felicidade das Cidades não produz resultados fundamentalmente diferentes dos outros rankings existentes, mas, no entanto, é um índex relevante, relativamente à necessidade de existir um maior acompanhamento científico e de benchmarking das cidades a nível mundial, no sentido de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da humanidade e para a felicidade das cidades e dos seus cidadãos.


Pedro Sousa Santos

(Doutorando em Ciências da Comunicação com um projeto sobre Cidades Felizes 5.0 e Investigador colaborador do Projeto "Perspetivas sobre a Felicidade. Contributos para Portugal no WHR (ONU)")

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